Com novo cálculo, em geral, quem ganha mais, paga mais, e quem ganha menos, paga menos

Desde o dia 1º de março começou a valer a nova tabela de contribuição do trabalhador para o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. A atualização das faixas de contribuição foi determinada de acordo com a Reforma da Previdência em 2019. Com base no artigo 11 da Emenda Constitucional nº 103/2019, houve modificação na forma de contribuição dos trabalhadores, determinando que as alíquotas sejam aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição do segurado, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites. 

Isso significa que a partir de agora, não será mais aplicada uma alíquota única sobre o salário, de acordo com o total da renda mensal do trabalho. Em geral, quem ganha mais, pagará mais, e aqueles que ganham menos, pagarão menos”, explica o professor e educador financeiro, Carlos Afonso, também autor do livro Organize suas finanças e saia do vermelho. 

O novo cálculo da contribuição vale para os trabalhadores da iniciativa privada empregados, inclusive domésticos e avulsos (que prestam serviços para empresas, mas não têm carteira assinada), resultando na tabela a seguir:

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$)ALÍQUOTA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS
até 1.045,007,50%de 1.045,01 até 2.089,609%de 2.089,61 até 3.134,4012%de 3.134,41 até 6.101,0614%

Exemplos: 
Diante deste cenário, Carlos Afonso exemplifica alguns casos. Confira a seguir:-  
Empregado com salário mensal de R$ 4.800,00: 

Até fevereiro de 2020A partir de 03/2020
R$ 4.800,00 x 11%= R$ 528,00
1° faixa – R$ 1.045,00 x 7,5%= R$ 78,37
2° faixa – R$ 1.044,60 x 9%= R$ 94,01
3° faixa – R$ 1.044,80 x 12%= R$ 125,38
4° faixa – R$ 1.665,60x 14%= R$ 233,18
Total= R$ 530,94 

O cálculo dessa alíquota efetiva é feito da seguinte forma:- Alíquota 1 completa:
R$ 1.045,00 x 7,5% = R$ 78,37
Até o limite de R$ 1.045,00, a alíquota devida é de 7,5%. 

– Alíquota 2 completa: R$ 1.044,60 x 9% = R$ 94,01
A aplicação dessa alíquota ocorre a partir da diferença de R$ 2.089,60 (limite da 2ª faixa de renda)
– R$ 1.045,00 (base de cálculo da 1ª faixa de renda, sobre a qual já houve incidência).
Assim, R$ 2.089,60 – R$ 1.045,00 = R$ 1.044,60, sobre este valor incide 9%. 

– Alíquota 3 completa: R$ 1.044,80 x 12% = R$ 125,38
A aplicação dessa alíquota ocorre a partir da diferença de R$ 3.134,40 (limite da 3ª faixa de renda)
– R$ 2.089,60 (base de cálculo da 2ª faixa de renda, sobre a qual já houve incidência).                  
Assim: R$ 3.134,40 – R$ 2.089,60 = R$ 1.044,80, sobre este valor incide 12%. 

– Alíquota 4 residual:
R$ 1.665,60 x 14% = R$ 233,18
A aplicação dessa alíquota ocorre a partir da diferença de R$ 4.800,00 (salário recebido pelo empregado enquadrado na 4ª faixa de renda)
– R$ 3.134,40 (limite da 3ª faixa de renda, sobre a qual já houve incidência
Assim: R$ 4.800,00 – R$ 3.134,40 = R$ 1.665,60. Sobre este valor incide 14%. 
Valor final: R$ 78,37 + R$ 94,01 + R$ 125,38 + R$ 233,18 = R$ 530,94 de contribuição previdenciária a cargo do empregado.

 – Empregado com salário mensal de R$ 2.000,00.

Até fevereiro de 2020A partir de 03/2020
R$ 2.000,00 x 9%= R$ 180,001° faixa – R$ 1.045,00 x 7,5%= R$ 78,37  2° faixa – R$ 955,00 x 9%= R$ 85,95  
Total= R$ 164,32 Como é feito o cálculo dessa alíquota: 

– Alíquota 1 completa: R$ 1.045,00 x 7,5% = R$ 78,37
Até o limite de R$ 1.039,00, a alíquota devida é de 7,5%. 

– Alíquota 2 residual: R$ 955,00 x 9% = R$ 85,95
A aplicação dessa alíquota ocorre a partir da diferença de R$ 2.000,00 (salário recebido pelo empregado enquadrado na 2ª faixa de renda)
– R$ 1.045,00 (base de cálculo da 1ª faixa de renda, sobre a qual já houve incidência).
Assim, R$ 2.000,00 – R$ 1.045,00 = R$ 955,00 sobre o qual incide 9%. 

– Valor final: R$ 78,37 + R$ 85,95 = R$ 164,32 de contribuição previdenciária do empregado.  


Sobre o Livro Organize suas finanças e saia do vermelho 

De leitura fácil e rápida compreensão, o livro ‘Organize suas finanças e saia do vermelho’ foi lançado em agosto de 2017, pelo especialista em finanças, Professor Carlos Afonso, que é administrador, contabilista e sócio-diretor do Grupo MCR. 

O autor traz conceitos fundamentais para uma boa educação financeira, a fim de evitar que as pessoas adquiram o endividamento financeiro ou, se a dívida já existe, desenvolve dicas de como sair dela. Além disso, a obra ensina o leitor a pensar no futuro e, de maneira confortável, fazer o seu “pé de meia”.  

‘Organize suas finanças e saia do vermelho’ traz uma luz sobre esse importante assunto que afeta a vida de qualquer pessoa, desde o nascimento até o último suspiro. Relacionar-se bem com o dinheiro garante sustentabilidade financeira e uma vida melhor, livre de privações. (http://www.livrosaiadovermelho.com.br/)