Programas de aceleração podem ser a chance de quem quer crescer com direcionamento. Organizações apoiam com conteúdo, experiência e financeiramente, e auxiliam empreendedores com o objetivo de alavancar startups promissoras

 

No mundo empresarial, é comum falar sobre startups, que traz um modelo de negócio disruptível, repetível e escalável (o faturamento cresce em proporção maior do que os custos). Nos últimos anos, a ABStartups (Associação Brasileira de Startups) cadastrou mais de 6.300 startups em sua base de dados, mostrando que a junção de crise, oportunidade e a criatividade do povo brasileiro são uma boa combinação para a inovação.

Mas, como se manter (e crescer) no mercado, quando a falta de dinheiro ou experiência se torna um problema? O auxílio de uma aceleradora pode ser a resposta e a chance de crescer com um direcionamento adequado. De acordo com o líder temático de aceleradoras da ANPROTEC – Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores –, e CEO da Aceleradora Ventiur, Sandro Cortezia, estima-se que existam aproximadamente 50 aceleradoras em operação no Brasil.

As aceleradoras de startups são organizações que selecionam projetos com alto potencial de impacto e oferecem apoio financeiro, treinamentos, mentorias, participação em eventos e outros benefícios. Trata-se de apoio ao desenvolvimento e crescimento rápido das startups participantes, bem como capacitar e orientar os empreendedores para este processo. “Para aproveitar o potencial da aceleração, os empreendedores devem estar abertos a receber instruções. É fundamental ouvir e repensar algumas premissas; outra condição importante é experimentar, afinal, os mentores também não são ‘donos da verdade’. Eles normalmente fazem sugestões e os empreendedores devem avaliar e testar se fazem sentido as dicas recebidas”, aconselhou Cortezia. O valor de investimento das aceleradoras varia de R$ 45 mil a R$ 255 mil por startup, totalizando aproximadamente R$ 51 milhões já investidos.

 

Exemplos de Aceleração

A primeira aceleradora a ser fundada foi a Y Combinator, no Vale do Silício, em 2005. Em seguida, em 2006, surgiu a TechStars, no Colorado. Com a popularização do segmento nos Estados Unidos, as aceleradoras começaram a se espalhar. Na Europa, as pioneiras foram a Seedcamp (2007) e a Startupbootcamp (2010), ambas em Londres. E, no Brasil, as primeiras foram em 2010, com a mineira Aceleradora, e em 2011 com a carioca 21212. A partir de então, diversos programas relevantes foram surgindo no mundo, como por exemplo:  ACE Brasil, a Startup Chile, Parallel 18 (Porto Rico), 500 Startups (EUA), Plug and Play (EUA), MassChalenge (EUA), Wayra (América Latina, com uma versão brasileira), Founders Space (China), entre outras. De acordo com dados da Seed-DB – que fornece informações sobre as instituições desse segmento em todos os países – em 2017 já existiam mais de 230 programas de aceleradoras em todo o mundo.

O Conecta – criado pela CNT – Confederação Nacional de Transportes – e desenvolvido em conjunto com o BMG UpTech, está na primeira edição. Com duração de seis meses, é distribuído em três fases, que podem significar até R$ 460 mil em investimento ao final do programa, sendo R$ 20 mil na primeira etapa, até R$ 210 mil na segunda e outros R$ 230 mil na terceira, em troca de participação nas startups. “O programa fornece três itens essenciais para qualquer startup: conhecimento, conexões e investimento. Sendo assim, para quem entra no programa, a dica é ser um frequentador assíduo e participar presencialmente para interagir com as outras startups e com os organizadores, a fim de tirar o máximo proveito do Conecta”, informou a equipe Conecta.

Outro programa importante é o InovAtiva – ação do MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas –, com execução da CERTI – Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras. Trata-se de um programa para negócios de qualquer setor e lugar do Brasil, que oferece cursos de capacitação on-line em diversas áreas.

O InovAtiva está em atividade desde 2013 e já foram aceleradas 739 startups, sendo que 71% das que passaram pela aceleração até dezembro de 2017 estão no mercado e 29% fecharam (a maioria por conta da dificuldade de acesso a capital). O tempo de aceleração varia de acordo com o desempenho da startup, na média entre cinco e 11 meses. Segundo a equipe da Secretaria de Inovação e Novos Negócios do MDIC, para entrar nesta aceleração, o empreendedor precisa estar inserido no mercado, com o produto ou serviço pronto, pois somente desta forma, aproveitará melhor os encontros, orientações e conquistará parcerias e propostas de investimentos. 

O CEO do aplicativo Filho sem Fila – startup fundada em 2015, Leo Gmeiner, participou de duas acelerações simultaneamente (Conecta e InovAtiva), e confirmou que, em linhas gerais, os conteúdos oferecidos pelas instituições abrangem as áreas de administração, marketing, produto, gestão, liderança e vendas, além do networking com pessoas das outras empresas participantes. “Geralmente, os resultados são rápidos (até mesmo imediatos) em todos os sentidos. Falando em conexões, por exemplo, dependendo das startups envolvidas, é possível fechar parcerias e acessar novos clientes no curto prazo”, falou Gmeiner. O primeiro programa de aceleração do Filho sem Fila foi em 2016, com a aceleradora Launch Academy, em Vancouver, no Canadá, e teve duração de 45 dias. “Seguimos nos programas de aceleração, pois nosso propósito é continuar aprendendo as melhores práticas e fortalecer conexões, para o desenvolvimento mais rápido do negócio”, completou.

O CEO da startup Venuxx – fundada em 2016, Diogo Della Gomes, contou que após dois anos de empresa, sentiu a necessidade de procurar por um programa de aceleração e o Conecta tem o ajudado a crescer não só nos resultados do negócio, mas também na conduta profissional. “O programa acelera a empresa em diversos quesitos e eu costumo brincar que de tudo que estamos ganhando, o dinheiro, claro, foi importante, mas está se tornando o menos essencial de tudo. Na maior parte da proporção intangível, o conhecimento é a grande riqueza, pois estamos nos aprimorando e construindo relacionamentos”, comentou Gomes.

Para encerrar, Sandro Cortezia enfatizou que o principal benefício para as startups ao participarem de um programa de aceleração é proporcionar um processo intensivo de aprendizagem com quem já passou por situações similares e que pode acelerar a curva de aprendizagem e crescimento dos novos negócios.

 

Sobre as startups

Filho sem Fila

O Filho sem Fila é um aplicativo desenvolvido para melhorar a segurança e a logística da saída escolar. A ferramenta avisa automaticamente à escola que o responsável pelo estudante está a caminho para buscá-lo. Com isso, o tempo de espera nas filas é reduzido e, consequentemente, minimizam-se os problemas com o trânsito causado no entorno escolar e com infrações. Diminui-se também a exposição dos pais à violência urbana.

https://www.filhosemfila.com.br/

Venuxx

A Venuxx é um aplicativo de mobilidade urbana de uso exclusivo para mulheres, em uma conexão entre motoristas e passageiras. A plataforma nasceu para fortalecer o universo feminino e oferecer mais segurança e tranquilidade às mulheres. Ao passo que as clientes viajam mais satisfeitas, as motoristas também ganham indepêndencia financeira.

https://www.venuxx.com/